“A história é um palimpsesto, uma sucessão de camadas ou acontecimentos.
Meus quadros refletem situações marcantes que, mesmo depois do passar do tempo, continuam cravadas na memória. Tento contar um pouco desses episódios de forma abstrata, através de movimentos e cores. ”
Giulia Messina Santos
Arquiteta e Urbanista
São Paulo, 01 de junho de 2018
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“Pintores da paisagem, natural ou urbana, confundem-se com a própria história da pintura. Pintar o visível, o mundo percebido, sempre foi um assunto. Figurativos, abstratos debruçaram-se sobre a paisagem para dela extraírem a força de significação de seus quadros. Mas, provavelmente poucos se dedicaram a registrar o mundo invisível, aquilo que quase não mais ainda está lá, os rastros da cidade, sua temporalidade.
Se a cidade é um palimpsesto, um mundo em camadas temporais sobrepostas, a obra de Giulia, arquiteta, extrai dessa sua peculiar situação a potência de significação de suas obras. Seus quadros, construídos a partir de rastros, exploram o afloramento do anterior, do debaixo, para, em combinação com o subsequente, produzir uma dimensão inaudita daquilo que se mostra como visível.
Tensões entre tempos sobrepostos produzem uma obra não somente palimpsestica, mas palindrômica, onde o retorno do anterior produz a alteridade do presente. ”
Igor Guatelli
PHD , Professor de Arquitetura e Urbanismo, Doutor em Filosofia
São Paulo, 05 de abril de 2017